quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Ser Professora...

Do que me recordo quando me perguntavam o que queria ser em pequena era - professora, bailarina e cantora!! Já na altura queria ter muitas actividades - mas era miúda, compreende-se!
Ser cantora caiu por terra pois percebi que a minha voz não ia a grande lado, mas as outras duas paixões mantiveram-se.
Recordo-me de muitos colegas meus não saberem o que queriam ser e eu muito orgulhosa de mim mesma dizia - Eu quero ser professora !!
Sempre fui muito focada - estudar para ser aquilo que eu sonhava ser - foi preciso estudo e dedicação.
O curso de Ensino de Matemática na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa não é pêra doce e a pergunta que fazia a mim mesma era sempre a mesma - será que tenho realmente vocação para isto?  

O quarto ano com cadeiras de ensino foi um encontro do que sou - professora - esta altura foi das melhores épocas de curso pelas amizades e pelos conteúdos - pedagogia e ensino. Foi nesta altura que fiz um trabalho que seria sobre o trabalho de um professor - pensei logo em usar aquele filme, tão pouco conhecido mas tão transparente sobre o nosso trabalho, as nossas dificuldades e as nossas alegrias. Neste filme Richard Dreyfuss vive o compositor Glenn Holland que aceita ser professor para conseguir pagar as contas e porque acha que assim terá também tempo livre (aqui a sociedade retratada quando pensa que um professor tem muito tempo livre) para tentar compor a sua obra musical. Mas rapidamente percebe que o tempo escasseia e com o passar do tempo, a convivência com os alunos se torna uma realização para ele.


Este filme é inspirador para qualquer verdadeiro professor - revejo-me em muitas situações. Nunca o vou esquecer e espero que algum professor cansado o veja e acredite que, na maioria das vezes, nós fazemos a diferença!


Logo percebi que sim - é a minha vocação!

Não me lembro do meu primeiro dia de aulas, como aluna, mas como professora, recordo perfeitamente. Os alunos à minha frente nem imaginavam como eu estava nervosa, mas no fim da aula percebi que era realmente aquilo que queria para mim.
Adoro tudo! A dinâmica de uma sala de aula, a pergunta-resposta, aquele "Ah já percebi, stôra!!" e o "Afinal isto não é assim tão difícil! Pegar num ponto de partida, uma hipótese e esperar que os alunos cheguem lá - à conclusão conseguida!!
Na minha aula há lugar para a comunicação "matemática" -" diz me o que estás a pensar?" "qual é o teu raciocínio para chegar a esse resultado?", para trabalho de aula - "vamos lá começar a trabalhar!" a prática de exercícios é essencial  - muita!! De mim têm toda a ajuda possível se estiverem prontos para aprender!
Na minha aula não há lugar para faltas de educação, barulho e injustiças!!
Não posso dizer que não existam dias mais difíceis, aulas mais difíceis ou mesmo turmas mais difíceis. Mas continuo a achar, passados treze anos, que sim esta é a minha vocação e sim sou feliz numa sala de aula!
Fico feliz por encontrar um sorriso na cara dos meus alunos quando os encontro na rua, por ouvir um "Obrigado por tudo, stôra!"- não é necessário, mas é bom ouvir - valida-nos!


Sou muito apaixonada por aquilo que faço!!

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