#2 O que fazer agora?

Depois do diagnóstico pusemos em prática algumas ideias para que a transição não fosse um choque para a minha Sofia (3 anos):

 - É importante não pensar que se vai conseguir aplicar logo (no imediato) uma dieta sem glúten, por isso demos um tempo a nós próprios -  3 semanas até conseguirmos uma dieta integralmente isenta de glúten.

 - Apostar na informação e garantir a obtenção de  alimentos substitutos - era muito importante não começar a privá-la logo dos alimentos mas sim substituí-los por outros sem glúten.
 Este ponto é muito importante para que a criança não se sinta descriminada em relação aos outros e que possa entender esta dieta não como uma restrição alimentar mas sim como uma mudança de hábitos com substituições.

 - Fiz o que todos os recentemente diagnosticados devem fazer - a sua inscrição na Associação Portuguesa de Celíacos e a consulta com a dietista da associaçao, que poderá ser mais informada que qualquer outra; vão sair de lá mais bem informados e com ideias para ajudar neste inicio de dieta sem glúten.  É-vos dado panfletos com toda a informação para começar a informar os familiares e a escola; questionem também ou estejam atentos ao site deles para fazer alguns workshops - eu, por exemplo,  fiz um para fazer pão que me ajudou imenso! Outra associação que poderá ser outra opção também é a Associação Portuguesa de Alergias e Intolerâncias Alimentares.

Quanto mais informado estiver, mais fácil será ajudar o seu filho.

 - A oferta do livro "O manhoso senhor gluten" pela A.P. C. foi uma bênção pois ajudou-me a explicar mais facilmente o que se passava com ela - a minha abordagem foi leve e sem dramas - " amor a tua barriguinha agora está doente e para ficares boa não podes comer alguns alimentos que têm glúten, que faz mal à tua barriga e não te deixa crescer", e contei-lhe a história do menino que conta no livro. Pode também aceder a livros disponíveis gratuitamente online - Sem_gluten_mas_com_alegria, Monica, O Presente de Lola; Gibi_acelfoz_celiacos. (Disponíveis nas pastas de documentação do grupo e na página da comunidade / educativa https://www.facebook.com/-vivasemglutenportugal).

 - Passo seguinte - procurar ajuda na internet - existem vários blogues e sites a ajudar neste caminho. Fundamental é um grupo no facebook - Viva sem gluten, Portugal. Como já referi noutras publicações, é uma mais valia para qualquer esclarecimento assim como as informações e/ou receitas. Utilize as pastas de documentação do Grupo com listagens de produtos sem glúten e outras ferramentas disponíveis online para efeito.

Por exemplo e neste ponto é importante que  consulte a pasta Criança & Escola que encontra nas pastas de documentação do grupo. Aí encontrará informação útil para si, para a criança e para os professores que a acompanharão.Desde informação geral sobre dieta isenta de glúten e gestão de contaminação cruzada na escola,listas de materiais escolares isentos de glúten, actividades, panfletos, livros sobre doença celíaca para adultos e crianças, “carta ao professor”, entre outros. Uma pasta com documentação pronta para entregar ao cuidador que não os pais ou ao professor.

Eterna Otimista  #2 Roteiro de uma Mãe

 Encare e transmita segurança e optimismo neste início de “nova vida”.

Visualize e descarregue o meu contributo na Newsletter da página Viva Sem Glúten - Fevereiro de 2016 , na rubrica Dicas da Mamã

                                 Ver o anterior : Eterna Otimista  #1 Roteiro de uma Mãe

1ºAniversário muito bem acompanhada

Há muito tempo que queria fazer isto - juntar amigas minhas numa tertúlia - aquela conversa de mulheres sobre nós mulheres!! Quando percebi que o 1º aniversário do blogue se aproximava não pensei duas vezes e concretizei o que há muito andava no meu pensamento. Escolhi amigas que são aquelas mulheres especiais - cada uma à sua maneira - interessantes, alegres, generosas, criativas , com garra e com aquele sentido de humor e claro otimistas ( umas mais que outras).
O giro disto tudo é o desafio de juntar seis mulheres que, embora minhas amigas, não se conheciam e fazer daquela tarde uma conversa constante recheada de opiniões, pensamentos e sentido de humor.

O local tinha que ser especial - lindo, acolhedor e delicioso - não foi difícil e escolhi o Choco & Mousse, claro!!

Obrigado pelo bolo, pela mesa que nos disponibilizou e claro, pela simpatia!!

Estava tudo delicioso!!

Bem, por vezes o mais difícil, é o arranque da conversa mas desta feita a palavra é a mais bem escolhida para o que se passou logo no início....

As mulheres a conduzir 

Ora ficou desde logo combinado que partiríamos de minha casa e eu levaria a maioria das meninas no meu carro - tudo mais prático e eu fiz questão - elas acharam que claro - eu sabia perfeitamente o caminho!! Aqui eu não me descosi - sim, já lá fui mas nem sempre fui eu a conduzir e quando fui - levei "ajuda" via GPS - ora estava a contar com este meu "amigo"!! 

O problema foi mesmo quando este meu "amigo" me falhou.... Eu só lhes dizia: " Eu tenho uma ideia que é por aqui!",  "vá meninas, somos tantas, vamos lá dar" ou "calma, acham mesmo que não nos orientamos , tantas mulheres - sem stress" - pois esta otimista é um pouco, mas só um pouco desorientada, mas acho que elas nem desconfiavam tal é a minha confiança - mas até naquele momento eu estava muito otimista porque sei que conto também com elas e foi o que aconteceu!! Foi uma viagem animada até ao fim, não foi meninas? Mas sei que elas respiraram de alivio quando saíram do meu carro. E o que posso dizer, senão - foi um bom inicio de conversa ou não?

Depois de já estarem todas instaladas optei por contar como conheci cada uma delas e como nos tornámos amigas para todas se conhecerem melhor. A partir daí o tema escolhido - mulheres - foi fluindo...

Colegas de trabalho - homens ou mulheres?

A preferência pelos homens foi a mais aplaudida porque, por vezes, nós somos mais complicadas embora se trabalharmos com amigas o trabalho pode correr muito bem. E num ambiente só de homens haverá descriminação? Uma de nós confirmou isso mesmo num dos trabalhos que teve... Claro que tem muito a ver com as pessoas ou com o contexto - digo eu, que gosto mais de estar rodeada de mulheres que de homens.

100 mulheres numa só

Como só nós sabemos como nos desdobramos em várias tarefas no nosso dia a dia. Mas se pensarmos bem os vários papeis que temos que "desempenhar" na nossa vida e as expectativas que nos  são depositadas como mãe, mulher, nora, na vida profissional e mesmo como filha ou amiga. Como  a sociedade nos exige tanto e como gerimos isso mesmo nossa vida. Mesmo as próprias mulheres umas com as outras. Penso que todas partilhamos a mesma opinião de que, mesmo com tantos papeis na nossa vida precisamos apenas de ser felizes e de, se possível, nos rodear de pessoas positivas!!

Agora preciso ser só eu

Quantas vezes damos, damos e voltamos a dar e a certa altura - principalmente quando somos mães - estamos cansadas, desleixadas e não olhamos sequer para nós ou para as nossas necessidades. Todas concordamos que precisamos de olhar para nós e fazer por nós sem nos sentirmos, por vezes, culpadas... Claro que sim e percebi que a maioria se reviu quando eu falei disto mesmo. 

Os homens - o melhor  e o pior

Deste tópico a  falar dos homens foi num ápice...porque por mais que nos custe, muitos - não todos - são egoístas e esperam que estejamos sempre lá e  no nosso melhor. O  giro da conversa foi que ao contrário do que se possa esperar - não perdemos tempo a falar "mal" deles ou falar dos "maridos das outras" e muitas de nós falamos de aquilo que chamámos de "bons exemplos" - o meu escapou, tem estado no seu melhor estes últimos tempos e por isso só pude falar muito bem do meu marido!! 

Os signos - quem acredita?

Claro está que a conversa virou-se como que inesperadamente ( quem diria, mulheres a falar de signos) para este tópico e aqui umas acreditam e outras nem por isso. Mas porque raio que lá por eu ser balança terei dificuldades em tomar decisões ou eu, por ser virgem, tenho que ser muito organizada?  Nem sim nem sopas mas claro havia quem tivesse uma ou outra história para contar... Qual é a mulher que não tem?

Alimentação na nossa vida

Não finalizámos mas começamos a conversa pela alimentação sem glúten ou mesmo sem lactose - uma das minhas amigas tem uma menina intolerante à lactose - e de como  a alimentação pode ser importante no dia a dia. Como se verificou com algumas experiências ouvidas e relatadas.

O bom desta experiência foi mesmo como foi possível ter superado as minhas expectativas e como a certa altura eu apenas observava e todas conversávamos com uma alegria e espontaneidade maravilhosas... Mas eu não poderia esperar outra coisa de todas as minhas amigas. Foi muito bom meninas - agora é só apontar outra data!! Muito Obrigado!

O mais vistoso que já fiz!!

A minha máquina de pão "foi-se" e por isso, pensei - Vamos lá voltar a experimentar na bimby e arriscar (com alguma segurança e experiência que tenho e claro alguma pesquisa), mas sim sem que alguém o tivesse testado antes seria sempre um risco!

Estarei a exagerar? Nada disso! Porque gasta-se muito dinheiro em alimentação sem glúten - é só lembrar que a farinha sem glúten para pão que mais uso (Mix Pan da Schar) custa somente cinco vezes mais que um farinha de trigo para pão, por exemplo...Mas este tema será para outra publicação.

Queria experimentar o pão saloio da Bimby com umas alterações, voltar a colocar farinha de trigo sarraceno e aplicar alguns truques e... voilá!

Receita de Pão Saloio do Livro Base da Bimby (com alterações) e com truques à mistura:

500 g de água
1 colher de sopa de azeite (aproxim. 15 ml)
10 g de fermento seco da Schar (uma saqueta)
350g de farinha Mix Pan da Schar
120 g de farinha Beicker (ou farinha preparada de panificação da Auchan)
30g de farinha de trigo sarraceno
1 colher de chá de sal (entre 10 a 20g conforme gosto pessoal)
1 colher de chá de psyllium husks em pó

0. Antes de tudo ligue o forno para uns 50º/60º para que aqueça um pouco para a fermentação.
1. Coloque no copo a água e o fermento e aqueça 2 min/37ºC/vel 2
2. Adicione o azeite, o sal, a farinha e o psyllium e amasse 2 min/ Espiga
3. Retire para uma forma de pão ( esta que usei comprei no IKEA - muito boa). Como a minha era de silicone não coloquei papel vegetal mas percebi que o devia ter feito, pois é mais fácil para retirar o pão. Por isso aconselho! Aliás deixem um pouco mais de papel vegetal para tapar o pão na totalidade ( ponto 8)
4. Toca a colocar no forno já desligado e tapar com um pano durante uns 40/50 minutos até dobrar o tamanho.
5. Retire do forno e ligue-o de novo para os 200ºC
6. Polvilhe o topo do pão com farinha (usei uma farinha de arroz da Ceifeira) e com o que me restava de sementes de sésamo.
7. Borrifei-o com água para a códea ficar mais espessa e coloquei um tabuleiro com água também dentro do forno para o pão ficar mais húmido e se conservar por mais tempo.
8. Ainda o tapei com papel vegetal e finalmente coloquei-o no forno a 180/200ºC cerca de 30/40 minutos (conforme o forno).
9. Deixar arrefecer antes de retirar da forma (se tiver com papel vegetal penso que poderão retirar logo)

Pensei na experiência já tinha tido aqui e experimentei na bimby. Atenção esta farinha Beiker nunca mais vi à venda cá e foi uma amiga que me trouxe de Espanha mas se usarem a outra será igual ou se usarem apenas farinha Mix Pan também acredito que funcione. Usei algumas dicas que já conhecia e outras que se fala no livro e que acabou por funcionar muito bem. Normalmente coloco açúcar junto do fermento, pois ajuda mas, por lapso, esqueci-me e acabei por não colocar e não é que nem foi preciso! O pão ficou lindo como se vê e estava tão bom que nem tive tempo para fotografar e sim no dia seguinte estava melhor que outros pães... Por isso vou repetir!!

Se não tiverem a bimby façam com a mesma ordem mas aconselho com água morna e a colocar um pouco de açúcar e o resto é igual. Se quiserem mais ajuda a entender como funciona o pão sem glúten pode também espreitar aqui!

Desfrutem e divirtam-se!!

Partilhem as vossas experiências!